Bancos cobram até R$ 1 mil para abertura de poupança


Bancos cobram até R$ 1 mil para abertura de poupança


Para evitar que muitas cadernetas de poupança sejam abertas com valores pequenos, os bancos estão aumentando o valor inicial de depósito. O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, explica que esse é um movimento das instituições para evitar abertura de contas com R$ 10, por exemplo.


“Os bancos nunca tiveram essa preocupação, mas com mais contas sendo abertas com pequenos valores, eles tomaram essa atitude”. Segundo ele, como cada poupança dessa gera extratos mensais que devem ser enviados para a residência do cliente, não vale a pena para o banco assumir esse custo. “É uma política para reduzir custos mesmo”, reforça. Ontem, em visita às agências de cinco grandes bancos, a reportagem do CORREIO constatou que há instituições cobrando até R$ 1 mil para abrir uma conta poupança. Esse é o caso da Caixa Econômica da Marquês de Leão, na Barra. Segundo uma atendente, para abrir uma conta poupança na agência seriam precisos RG, CPF, comprovante de residência e R$ 1 mil de depósito. Para quem não tem o valor para fazer o depósito, a funcionária indicou uma lotérica, que exige R$ 100. Porém, o gerente da Caixa das Mercês, Joel Viana de Oliveira, explica que esta opção da lotérica é a Conta Fácil, que não funciona como poupança e sim como uma conta corrente. O gerente denuncia que a Caixa não está agindo de forma correta, já que há um normativo do banco dizendo que a poupança deve ser aberta com qualquer valor. “Esse valor de R$ 1 mil é altíssimo. É um grande erro fazer esta cobrança, mas sei que cada agência está tendo um comportamento diferente com relação a esse depósito inicial”. Ele sugere até que o cliente reclame do valor no Serviço de Atendimento da Caixa. O mesmo acontece no Bradesco. Na agência da Marquês de Caravelas, são cobrados R$ 100 para abertura da poupança. Porém, um atendente disse que cada agência da instituição decide que valor vai cobrar do poupador. Ainda na Barra, o Itaú cobra o valor mínimo de R$ 200 e o Santander de R$ 500. A única instituição que não estipula valor é o Banco do Brasil (BB).

Direitos

A coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - ProTeste, Maria Inês Dolci, diz que no Rio de Janeiro, foram encontradas agências do mesmo banco fazendo exigências de valores diferentes para abrir uma poupança, o que viola o direito à informação garantido pelo Código de Defesa do Consumidor. “Os bancos têm que informar o consumidor direito, o consumidor tem que saber de forma transparente o que está sendo feito”. Como o rendimento da poupança é o mesmo em todos os bancos, a recomendação é pesquisar os que fazem menos exigências. Em nota, os bancos desmentiram os valores anunciados pelas agências. O Itaú informou que a aplicação inicial mínima é de R$ 50. O Bradesco informou que não há valor mínimo e o Santander comunicou que o valor fica a critério do cliente. O BB não retornou.

(Correio da Bahia)

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