Registros de estupro crescem 120% em 5 anos na capital baiana




A dona de casa Luciana* estava com sua filha de 9 anos assistindo televisão quando foi surpreendida por um homem, que invadiu sua casa, a agrediu com socos e estuprou as duas. Depois da violência, elas abandonaram a casa da família no bairro de Plataforma e se refugiaram no interior do estado. “Essa foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Minha família está destruída e minha filha traumatizada”, relembra. Casos como da família de Luciana estão em crescimento em Salvador. Nos últimos cinco anos — de 2007 a 2012 — houve um aumento de 120% nesse tipo de crime, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP). Só este ano, já foram 137 inquéritos abertos nas delegacias da capital. A maioria deles registrada na Área Integrada de Segurança Pública 5, que engloba o Subúrbio Ferroviário. O delegado Nilton Borba, titular da 5ª Delegacia (Periperi), explica que o estupro é um crime de oportunidade. “Não há um lugar específico onde os estupros acontecem prioritariamente. A maioria dos casos é na casa da vítima, praticado por algum vizinho. Aqui, este ano, só um crime foi em um terreno baldio”, diz. Segundo Borba, apesar da proximidade entre agressor e vítima, em muitos casos, a maior dificuldade de prender os acusados é por falta de provas. “As mulheres têm medo de denunciar ou apontar suspeitos, principalmente quando eles são de suas áreas de moradia. Temos denúncias em apuração até de traficantes que intimidam adolescentes e mulheres para praticar sexo. Elas vão, algumas de forma consensual e outras por coação e medo de represálias”. Dos oito casos registrados este ano na unidade policial só um acusado foi preso. “Em outro caso estamos esperando resultados dos exames de DNA para confirmar que ele atacou a vítima e pedir a prisão”, esclarece o delegado.

(Informações do site Correio da Bahia)

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