A partir do ano que vem, 150 escolas particulares do Brasil vão iniciar as aulas com um novo sistema de ensino já presente em alguns países da América Latina. Ancorado no emprego de tablet, bilinguismo, capacitação de professores e avaliações, o sistema Uno Internacional, da Santillana, chega à rede privada brasileira com olhos bem atentos no gigantesco mercado de redes municipais. O modelo foi desenvolvido no Brasil, mas adotado antes em outros países da região. Neste primeiro ano, estarão envolvidos 75 mil alunos de 150 escolas. Três prefeituras estão com a negociação avançada. “Temos um objetivo forte de chegar à rede pública. O antecedente em escolas particulares é importante”, diz o diretor global da Uno Internacional, Pablo Doberti. No México, o Uno Internacional envolve 130 mil alunos de 420 escolas. E a ideia é chegar a 1 milhão na América Latina em 4 anos. Para começar a operar no Brasil, o Santillana investiu 22 milhões. O sistema tem parcerias com Apple, Discovery, Animal Planet e Unesco. Em um País com 5.565 municípios, a rede pública é vista com muito interesse pelas empresas de sistemas de ensino. Gigante no setor, a Pearson já trabalha com 150 municípios. “No Brasil, a área pública é um dos nossos vieses mais importantes. Além da competição, inovação e profissionalização serão as batalhas”, diz o superintendente de Educação Básica da Pearson, Mekler Nunes. Pesquisa realizada pelo setor em 2011 mostrou que 44% das prefeituras paulistas adotavam algum sistema de ensino - os primeiros contratos de municípios com sistemas privados foram feitos em 1999 pelo Grupo COC, em cerca de 90 cidades. Cada município adota um sistema diferente. Alguns abandonam totalmente o uso dos livros didáticos distribuídos pelo governo federal. Outros usam as apostilas, mas mantêm os livros como complemento.
(Correio da Bahia)
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