Autor de petição contra Renan quer levar assinaturas a Brasília
Antes da eleição para a presidência do Senado, em 1º
de fevereiro, uma ONG sediada no Rio de Janeiro
conseguiu reunir mais de 400 mil assinaturas para tentar
sensibilizar os congressistas a não escolher o favorito
Renan Calheiros (PMDB-AL) para o cargo. Não deu certo.
Mesmo acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de
documentos falsos, o peemedebista foi eleito com o apoio
de 56 dos 81 senadores, voltando ao cargo a que havia
renunciado há cinco anos para evitar ser cassado.
Emiliano Magalhães Netto, 26, representante comercial do
interior de São Paulo, havia assinado o documento pela
manhã, via internet. À noite, ficou “indignado” com a
notícia da eleição do senador: “Tínhamos acabado de ser
chamados de palhaço”. “Em menos de um minuto”, criou um
novo abaixo-assinado, propondo o impeachment de Renan. O
documento atingiu hoje a marca de 1,4 milhão de
assinaturas. A petição, no entanto, não tem poder para
tirar Renan do cargo, como Netto reconhece --a
legislação permite o início de um processo de cassação
apenas com representação de um congressista ou de um
partido político. Seu objetivo, diz, é “afetar o
mandato” do peemedebista. “Acho difícil ele renunciar.
Um sujeito como ele não tem vergonha, não sente
constrangimento”, afirma. Surpreso com um sucesso “tão
rápido”, ele agora quer levar as assinaturas “lá para
Brasília”. “Queria entregar isso na mão da presidenta.”
O abaixo-assinado está hospedado na página da Avaaz,
associação que já levou à frente outras campanhas, como
uma pelo veto ao Código Florestal, entregue a ministros
de Dilma Rousseff em 2012 com 2 milhões de apoios.
Agora, a Avaaz assessora Netto para tentar ampliar a
repercussão da petição contra Renan. Segundo a
organização, há também um acompanhamento para evitar
fraudes ou assinaturas repetidas.
(Correio da Bahia)
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