Paula Pitta
Com faixas, gritos de ordem, apitos e narizes de palhaço, o grupo de cerca de mil pessoas tenta pressionar o governo a acatar as reivindicações dos professores. "Queremos que o governo diga como vai cumprir o acordo firmado no ano passado de pagar 22,22% de aumento ainda em 2012, além da retirada do projeto de lei 19.779 (que está na pauta de votação na Assembleia para esta tarde), que prejudica bastante a categoria ", diz Marilene Betros, vice-coordenadora da APLB, sindicato dos docentes.
A Secretaria de Educação da Bahia (SEC) informou, através da assessoria de imprensa, que aguarda a aprovação do projeto de lei nesta terça e que não há previsão de mesa de negociação com os trabalhadores, o que não acontece desde o início da greve. De acordo com o órgão, a Secretaria segue a orientação da Procuradoria Geral do Estado de cortar o ponto dos servidores em greve. A medida foi tomada após a Justiça decretar a ilegalidade do movimento.
Por conta da mobilização dos servidores estaduais em apoio aos docentes, os agentes penitenciários suspenderam o atendimento administrativo no Complexo Penitenciário de Salvador e Colônia Lafayete Coutinho nesta terça-feira. Com isso, as visitas aos detentos foram canceladas, de acordo com o coordenador do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sindspeb), Nelson Santos.
Os servidores da área de saúde também estão trabalhando com efetivo reduzido na área administrativa, mas mantém o atendimento de urgência, emergência e as consultas marcadas, de acordo com a presidente do Sindsaúde, Inalba Fontineli. "Apoiamos os professores, porque o governo costuma não cumprir os acordos. O que está fazendo com a educação, tem feito com as outras categorias", justifica Inalba.
Os estudantes também defenderam a mobilização dos docentes. "O movimento é válido, porque o professor que não é bem remunerado, não terá um bom rendimento em sala de aula", explica Wesley Machado, presidente da Associação Baiana Estudantil Secundarista (Abes).
Apesar de achar a greve válida, Wesley Machado reconhece que os 13 dias sem aula prejudicam os alunos. "Vai atrasar o calendário letivo, mas isso agora é para ter os direitos alcançados mais adiante".
(Atarde)
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