Regina Bochicchio
No evento que lançou oficialmente sua pré-candidatura, nesta segunda, 23, em Salvador, e que reuniu a nata dos Democratas do País, como o presidente nacional da legenda, senador Agripino Maia (DEM-RN), o deputado federal ACM Neto afirmou que não descarta, mas admitiu dificuldades para formação de uma candidatura única da oposição na disputa do primeiro turno na sucessão em Salvador, embora o DEM esteja trabalhando para isso. Entretanto, destacou que, se houver duas candidaturas, o diálogo tem de estar afinado e de forma “responsável” entre a oposição para que num segundo turno possam marchar juntos contra a “hegemonia do PT”.
“Caso a gente não esteja junto com o PMDB no primeiro turno, temos que tentar construir um entendimento para um eventual segundo turno”, disse, enfatizando que é preciso discutir “critérios” para fechar uma candidatura que não esteja presa a “preferências pessoais”.
E completou: “Não adianta fazer escândalo em torno de o DEM querer fazer sua pré-candidatura. O que existe hoje é uma pré-candidatura que está sendo oficializada, mas candidatura de fato só se confirma na convenção. Até lá, nós vamos continuar conversando”, afirmou Neto aos repórteres, logo após seu pronunciamento, quando chegou a se emocionar lendo o trecho de uma carta que o escritor Jorge Amado enviou em 1969 para seu avó, Antonio Carlos Magalhães, então prefeito de Salvador. Na carta, ACM é referido como “mestre Antonio”.
Com o discurso de abertura ao “diálogo”, Neto manda recado principalmente ao PMDB, cujo presidente, Lúcio Vieira Lima, afirmou, semana passada, ter sido pego de “surpresa” com o evento da pré-candidatura num momento em que as legendas, ao lado do PSDB, estavam dialogando. O pré-candidato do PMDB é o empresário-radialista e ex-prefeito de Salvador Mário Kertész. O do PSDB, Antônio Imbassahy.
Em relação à informação que circula no meio político, de que o anúncio oficial da aliança DEM com o PSDB para a candidatura de José Serra em São Paulo, bateria o martelo do apoio do PSDB à candidatura do DEM em Salvador, Neto negou qualquer compromisso fechado.
“O presidente Agripino, em entrevista fez questão de dissociar categoricamente uma coisa da outra. Claro que desejamos marchar juntos este ano, mas isso não significa que haverá imposição nacional, que haverá barganha”, destacou.
(Atarde)
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